segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Pequenos detalhes fazem muita diferença

Bem, mais um caso clínico interessante para vocês hoje. A paciente procurou o consultório pois 'após retirar o aparelho fixo notou que seus dentes da frente tinham ficado de tamanhos diferentes'. Durante a avaliação a paciente contou que quebrou o dente na infância, e na época foi feita uma restauração, que estava no dente até hoje, nunca havia sido trocada.
Expliquei para ela que casos assim são muito comuns, que a restauração havia sido feita para a estética dos dentes como eles estavam antes do aparelho fixo, e que portanto ficaria realmente menos estética quando o alinhamento perfeito dos dentes fosse feito. 
Indiquei a retirada da resina antiga (que além de estar mais curta estava também manchada, mais escura do que os dentes da paciente), e que fizéssemos uma nova restauração, respeitando tamanho e cor de acordo com a expectativa da paciente. Fizemos a restauração no mesmo dia, e a paciente saiu do consultório completamente satisfeita com o resultado.
Pequenos detalhes também fazem muita diferença.
Segue abaixo as fotos do caso. Peço desculpa pela má qualidade das fotos, prometo que já  estou providenciando uma nova câmera fotográfica para mostrar com ainda mais detalhes esses casos tão especiais.




Aspecto Inicial e Final
Espero que tenham gostado... E aguardem que vem novos casos por ai...

Obs: A paciente foi orientada e autorizou a divulgação das fotos.
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Dra. Nara Macêdo
Cirurgiã-Dentista
CROMG 39055
Rua Felisberto Carrejo, 134, Fundinho.
34 3236-3797/9128-4727
dranaramacedo@gmail.com



sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Boca seca, você tem?


Muitos pacientes, principalmente idosos, aparecem no consultório com uma queixa em comum: percebem a diminuição da salivação e a sensação constante de boca seca. Mais comum do que aparenta, a xerostomia, como é conhecida a diminuição e/ou a extinção da salivação, pode ser causado por vários fatores:

  • Doenças como Diabetes, Síndrome de Sjogren, Parkinson, Hepatite C, Hipotireoidismo, HIV, Doença de Mikulicz, Doenças Neurológicas, Hipovitaminose A; 
  • Uso de medicações (mais de 400 medicamentos podem causar a diminuição da saliva), este item está diretamente relacionado a quantidade de medicações utilizadas. Principais medicamentos associados: antidepressivos, anti-hipertensivos, anticolinérgicos, anti-histamínicos, diuréticos, antiinflamatórios, antineoplásicos, ansiolíticos, analgésicos, antipsicóticos, relaxantes musculares, anticonvulsivantes.
  • Radioterapia, principalmente quando na região de cabeça e pescoço;
  • Crises emocionais, como stress, depressão e ansiedade;
  • Alterações eletrolíticas como vômitos, diarréia, sede, hemorragias podem ser causa de diminuição leve da salivação;
  • Fumo;
  • Respiração predominante bucal;
  • Menopausa;
  • Alcoolismo;
  • Idade ( a incidência de xerostomia em idosos é 3x maior que em crianças, adolescentes e adultos).
A diminuição da saliva leva consequentemente a diminuição das defesas naturais, já que a mesma contém uma mistura de proteínas e enzimas que desempenham papéis específicos no organismo. A lactoferrina é uma delas, e promove a quelação do ferro, privando assim as bactérias presentes na boca deste nutriente, que é essencial para o crescimento bacteriano (diminui assim a proliferação de bactérias danosas ao organismo na boca); a lisozima é responsável por romper a parede da bactéria, resultando na sua morte; e a lactoperoxidase realiza a síntese do hipotiocianito, um potente agente antimicrobiano. 
As principais complicações da diminuição da salivação são o aumento do índice de cáries, doenças periodontais e candidíses, dificuldades de fonação e deglutição, diminuição na retenção de próteses totais (dentaduras), sensação de queimação na boca, alterações na sensibilidade gustativa, mau hálito, gengivas, lábios e bochechas desidratadas e susceptíveis a traumas, fissuras na mucosa bucal, disfagia ( dificuldade de deglutição ), disfasia ( dificuldade em ordenar palavras ), disgeusia ( erro na percepção das sensações gustativas ), “ problemas digestivos ”, aumento da saburra no dorso lingual e ressecamento labial.
O diagnóstico da xerostomia é realizado através de uma anamnese detalhada do paciente, buscando fatores causadores, dando especial atenção a relatos dos pacientes, como ressecamento da boca ao comer, necessidade de ingerir líquidos para deglutir alimentos secos, dificuldade para engolir e sensação de ter pouca saliva na boca. Além disso, clinicamente é possível avaliar a capacidade da saliva de umidificar a boca: colocamos a superfície do espelho clínico sobre a língua, se o mesmo escorregar, a saliva está sendo eficiente em umidificar, caso ele grude, o paciente está com diminuição da capacidade salivar. É possível ainda solicitar exames como ressonância magnética, sialografia e biópsia de glândulas salivares para confirmar o diagnóstico.
O tratamento consiste na eliminação das causas, quando estas existem e são possíveis, e no uso de substâncias que deem conforto ao paciente, e aliviem os sintomas. Em casos leves os pacientes podem ser orientados quanto a ingestão de líquido várias vezes ao dia, além do uso de gomas de mascar (sem açúcar) e cubos de maçã com gotas de limão. Deve-se evitar alimentos muito ácidos e condimentados, que desidratam ainda mais as mucosas, substâncias alcaloides como a cafeína e evitar ambientes com ar condicionado e aquecedores. O uso de umidificador labial é essencial para evitar rachaduras, feridas e proliferação de fungos no local.




Fica a Dica: Enxaguantes bucais que contém ÁLCOOL prejudicam ainda mais a condição de xerostomia. Não deixe de ler a bula.



Se você apresenta algum desses sintomas, sente desconforto, mudanças no hálito, queimação bucal, dificuldade em manter as próteses na boca, entre outros sintomas, procure seu dentista para buscar o melhor tratamento para você.


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Dra. Nara Macêdo
CROMG 39055
Cirurgiã-Dentista
Rua Felisberto Carrejo, 134. Fundinho. 38400-204.
Telefones: (34) 3236-3797/ 3214-7038/ 9695-4727
dranaramacedo@gmail.com

Fontes: 
  1. Guia de conhecimento Oral Avançado - GlaxoSmithKline.
  2. Thompson WM, et al. The impact of xerostomia on oral-health-related quality of life among younger adults. Health and Quality of Life Outcomes 2006; 4:86.
  3. Everson JW. Xerostomia. Periodontol 2000 2008; 48:85-91.
  4. Cevimelina: nova proposta terapêutica no tratamento da xerostomia. Prof. Dr. Carlos Eduardo Xavier dos Santos Ribeiro da Silva, Prof. Dr. Artur Cerri, Prof. Dr. Francisco Octávio Teixeira Pacca, Prof. Dr. João Ferreira dos Santos Junior. 2008.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Caso Clínico: Clareamento e Transformação Dental

Um belo dia no consultório recebi a visita de uma paciente de aproximadamente 19 anos, acompanhada de sua mãe, com uma queixa enfática: 'Detesto meus dentes e não sorrio nunca!'. Após criteriosa avaliação a paciente me informou que não gostava da coloração e posicionamento dos seus dentes superiores e que excluía a possibilidade do uso de um aparelho fixo. Conversamos sobre as possibilidades e decidimos que faríamos o tratamento em 3 passos:
 1) Profilaxia (limpeza) e moldagem dos dentes (para que os modelos fossem enviados ao protético e este fizesse o enceramento da transformação dental que faríamos):  A profilaxia garantiria que nosso trabalho seria feito sobre os dentes limpos e com a melhor condição periodontal possível, sem a presença de gengivites, inflamações, sangramentos. Já os modelos serviriam para a paciente conseguir visualizar as alterações que seriam feitas nos dentes, além disso, serviriam também de base para as restaurações que faríamos posteriormente. Neste dia fizemos a avaliação da cor inicial dos dentes da paciente: A3. (Escala para vocês entenderem um pouquinho mais sobre cores dos dentes logo abaixo)
2) Clareamento a laser: Fizemos em 2 sessões de 30 minutos cada, com intervalo de 7 dias entre elas. O resultado foi uma mudança da tonalidade dos dentes, de A3 para mais branco que A1 (ficou mais claro que os dentes da escala que utilizamos para avaliar cores).
3) Transformações dentais com resina: Após 7 dias da última sessão de clareamento a laser (precisamos deste tempo para que a resina possa aderir perfeitamente ao dente), marcamos a sessão em que (finalmente para ela), faríamos as transformações dentais. Fizemos leves alterações, de canino à canino e também leves desgastes, sem causar prejuízo a estrutura dental. Após o termino da sessão, marcamos mais dois retornos, um para dar acabamento nas restaurações, e fazer alguns reparos, e o seguinte para dar polimento aos dentes.
Em seguida algumas fotos, me perdoem a qualidade baixa, mas foram feitas do 
celular.


Avaliação inicial (1ª consulta da paciente).
Destaque para o dente lateral do lado direito na foto (o primeiro depois do dente 'principal'), levemente fora de posição, evidenciando o dente canino.
Avaliação Inicial.
Moldagem realizada a partir do enceramento dos dentes  (base para as restaurações que seriam feitas).
O modelo com a moldagem base para as restaurações.
Enceramento do modelo.
Escala de cores dos dentes (Escala Vitta). Começamos em tons A, em seguida, B, C e D.
Primeira sessão de clareamento à laser.
1ª sessão de clareamento à laser.
Resultado final após clareamento e transformações dentais (foto feita apenas 6 meses após o termino do tratamento, quando a paciente retornou para avaliação).
Resultado final após clareamento e transformações dentais (foto feita apenas 6 meses após o termino do tratamento, quando a paciente retornou para avaliação).

Aspecto inicial e final do tratamento.

Vale ressaltar que antes do inicio do tratamento estético a paciente foi avaliada quanto a presença de cáries, problemas periodontais, que pudessem prejudicar ou impedir a realização do mesmo. 
A paciente foi orientada e autorizou a publicação das imagens, desde que preservando sua identidade.

E então, esperando o que para ficar com o sorriso ainda mais bonito?

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Dra. Nara Macêdo
CROMG 39055
Cirurgiã-Dentista
Rua Felisberto Carrejo, 134. Fundinho. 38400-204.
Telefones: (34) 3236-3797/ 3214-7038/ 9695-4727
dranaramacedo@gmail.com