quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Bruxismo

“Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o as trevas exteriores. Ali haverá pranto e ranger de dentes.” (Mateus, 22:13)

Ainda sobre o tema do post anterior, vamos falar um pouco mais sobre o bruxismo, um mal que apesar de desconhecido para muitos, já atinge 30 milhões de pessoas no Brasil. Em recente pesquisa divulgada no final do mês de janeiro, constatou-se que o bruxismo está intimamente ligado ao sono ruim. O trabalho é resultado de 10 anos de estudo de um grupo de pesquisadores da PUC-RS em parceria com o HC de Porto Alegre. Durante os testes foram utilizadas placas de avanço mandibular (as conhecidas placas para ronco) em pacientes que apresentavam bruxismo. E para surpresa dos pesquisadores os resultados foram mais satisfatórios do que quando era feito o uso de placas específicas para o bruxismo. Elas foram eficientes em 27 dos 28 casos, enquanto que as placas específicas somente em 11. Especialistas em distúrbios do sono afirmam ainda que quem sofre de apneia (ronco) tem 7 vezes mais risco de apresentar bruxismo que pacientes que não roncam. Isto porque durante o ronco a pessoa toca os dentes, o que pode estimular o ranger.
Quando não tratado o bruxismo pode evoluir para um desgaste significativo dos dentes, e em casos mais extremos até mesmo a perca destes. Além disso, provocam dores de cabeça, hipertrofia e fadiga na musculatura da face, lesões na articulação da mandíbula, além de déficit na mastigação. Tudo isso ocorre porque a região não está preparada para ser usada com tanta freqüência – quem tem bruxismo chega a apertar os dentes por cerca de 120 mil vezes por noite, enquanto que uma pessoa normal apenas 280 vezes. O travamento, além de estalos, e dores na região da articulação ao acordar são sinais que devem deixar alerta para a possibilidade de estar rangendo os dentes durante a noite. Na dúvida, procure o seu dentista, ele poderá avaliar melhor a possibilidade de estar desenvolvendo a doença.
Outros fatores também estão associados ao aparecimento da doença. Pacientes que exageram no consumo de álcool ou drogas, portadores de rinite alérgica, expostos ao alto índice de stress, passando por problemas ou situações que aumentem a ansiedade, hiperativos estão mais susceptíveis ao bruxismo.
Como visto no texto no início do post, o ranger de dentes já é associado ao martírio e ao sofrimento em uma das referências mais importantes e antigas de todos os tempos: a Bíblia. Isso nos mostra que apesar do muito já estudado (e descoberto), muitos estudos ainda devem ser feitos até q se desenvolva um método 100% eficaz de se descobrir e tratar a doença.


Fica a Dica: Recentemente as Universidades de medicina de Cambridge e Harvard divulgaram 20 dicas para viver melhor e por mais tempo, entre elas está 'Usar o fio dental e não mastigar chicletes':  Acreditem ou não, uma pesquisa deu como resultado que as pessoas que mastigam chicletes têm mais possibilidade de sofrer de arteriosclerose, pois tem os vasos sanguíneos mais estreitos, o que pode preceder a um ataque do coração.  Usar fio dental pode acrescentar seis anos a sua idade biológica porque remove as bactérias que atacam aos dentes e o corpo.

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Dra. Nara Macêdo
CROMG 39055
Cirurgiã Dentista
Rua Felisberto Carrejo, 134, Fundinho.
3236-3797/9695-4727

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

DTM e Dor Orofacial: O grande mal do século


A procura por profissionais capacitados para tratar dores de cabeça, na face, estalos, crepitações, alterações na audição, zumbido, ranger e apertamento de dentes tem aumentado nos últimos 10 anos. Junto ao aumento de casos, tem diminuído a idade mínima para aparecimento dos mesmos. Hoje no consultório já somos procurados por mães preocupadas com seus filhos de 12, 13 anos que desenvolveram as características da doença, rangem dentes ao dormir, reclamam de dores de cabeça constantes, mal estar, zumbidos no ouvido. E, a cada novo paciente no consultório, um novo caso a ser estudado, completamente diferente do anterior.
Em muitos deles, a justificativa está sim nos dentes. Pacientes que tem ausências dentárias, dentes fora de posição, ausência de guias anterior e canina (a ser avaliado pelo dentista), tem uma maior probabilidade de apresentar os sintomas. Porém, a justificativa não está só nos dentes. Hoje, acredita-se que as dores são multifatoriais, ou seja, vários fatores, juntos ou individualmente, podem levar ao desconforto descrito pelos pacientes. Existem estudos que acreditam que está ligado a problemas psicológicos, stress, alterações neurológicas, transtorno de défict de atenção e hiperatividade, processos alérgicos das vias aéreas, ansiedade, medo e, principalmente, desordens do sono.
É importante que ao aparecerem os primeiros sinais o paciente procure seu dentista, para avaliar a necessidade de um tratamento de ajuste nos dentes, a instalação de uma prótese, caso seja avaliado que ausência dentária possa estar provocando as dores, mas, principalmente, para a instalação de uma placa que proteja os dentes dos desgastes provocados pelo ranger. Quanto mais inicialmente a doença for detectada e tratada, melhor o resultado para o paciente. 

Fica a Dica: Para pacientes muito ansiosos, que tem o costume de passar os dias travando os dentes, é interessante que ele desenvolva uma técnica para se lembrar de desapertar os dentes. Vale qualquer coisa: mudar um anel de dedo, fazer um asterisco na mão, colocar post its pela casa/trabalho, colocar alarmes no celular. O importante é desprogramar a necessidade criada de apertar os dentes. E sempre lembrar: "lábios fechados, dentes separados".



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Dra. Nara Macedo
CROMG 39055
Cirurgiã Dentista
Rua Felisberto Carrejo, 134, Fundinho.
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